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Diversos tipos de cabos utilizados para o fornecimento de serviços de telecomunicações devem ser homologados antes de serem autorizados para a comercialização e uso no Brasil. Nesse artigo vamos listar quais os tipos de cabos de telecomunicações devem ser homologados no Brasil e para quais testes devem ser submetidos.
Procedimentos de Homologação para Equipamentos de Telecomunicações
Como foi mencionado no artigo Como obter homologação de produtos pela Anatel, qualquer tipo de equipamento utilizado para telecomunicações precisa ser submetido a um processo de homologação gerido pela Anatel antes de ser autorizado para uso e comercialização no país. O procedimento de homologação envolve múltiplos passos e inclui testes laboratoriais para assegurar a funcionalidade, resistência e segurança para uso por humanos.
Em termos gerais, todos os tipos de equipamentos que transmitem ondas de rádio para comunicação de sinais precisam ser homologados, o que é de ser esperado já que esses dispositivos são capazes de interferir com o espectro eletromagnético do território brasileiro e é papel da Anatel regular quais tipos de dispositivos são autorizados para transmitir sinais de rádio. Contudo, alguns tipos de equipamentos utilizados para comunicações por fio também precisam ser homologados, uma vez que podem ser utilizados no fornecimento de serviços de telecomunicações regulados pela agência, como a oferta de serviços de telefonia fixa e conexões de banda larga.
Cabos de telecomunicações se encaixam na segunda categoria de produtos que precisam ser homologados, e fabricantes e distribuidores desse tipo de equipamento devem estar cientes dos requerimentos instituídos pela Anatel para garantir que seus produtos sejam comercializados e utilizados legalmente no Brasil.
Tipos de Cabos de Telecomunicações Sujeitos a Homologação
A Anatel institui que uma ampla variedade de cabos, desde fios de cobre utilizados para telefonia a cabos de fibra óptica utilizados para conexões de internet de alta velocidade, devem ser submetidos aos procedimentos de homologação. Entre os tipos de cabos especificamente citados entre os equipamentos sujeitos a homologação estão:
- Cabos de fibra óptica (incluindo cabos compactos e auto-sustentados)
- Cabos coaxiais (rígidos, flexíveis e híbridos)
- Cabos de telefonia e de conexões xDSL (incluindo cabos híbridos)
- Cabos de transmissão de dados de pares trançados blindados ou não (das categorias 3, 5e, 6 e 6A)
- Cabos de manobra com conectores RJ-45
- Fios telefônicos de uso interno e externo
É importante notar que esses cabos só necessitam de homologação no caso de serem destinados especificamente para o uso em telecomunicações, considerando que podem ser aplicados para fins diversos. Além disso, outros tipos de cabos que não são citados nos documentos de requerimentos de homologação da Anatel não são necessariamente isentos de serem testados e aprovados pela Agência. Assim como no caso de tecnologias não categorizadas ou desenvolvidas recentemente, é recomendado o envio das especificações e amostras desses equipamentos para que a Anatel e agências credenciadas possam garantir sua conformidade com sistemas e legislação nacionais.
Requerimentos de Testes
A fase dos testes laboratoriais, que é parte do procedimento de homologação, requer que parâmetros e especificações de cabos sejam avaliados para garantir sua funcionalidade, resistência e segurança de uso. Reunimos abaixo alguns dos requerimentos de testes instituídos pela Anatel para diversos tipos de cabos de telecomunicações:
Cabos de Fibra Óptica
No caso de cabos de fibra óptica, a maior parte dos testes se referem a assegurar a qualidade de fabricação da fibra e sua resistência a condições adversas. Alguns desses testes incluem a medição de:
- Comprimento da onda de corte para fibras monomodo
- Diâmetro do campo modal para para fibras monomodo e multimodo
- Diâmetro do núcleo de fibras multimodo
- Diâmetro da casca
- Não circularidade da casca
- Concentricidade entre núcleo da fibra, revestimento, campo modal e casca
- Resistência física do revestimento da fibra
- Dispersão cromática
- Dispersão do modo de polarização
- Resistência térmica e química
Os testes de resistência física podem ter requerimentos diferentes dependendo do propósito de cada cabo de fibra óptica, que pode ser o uso em instalações internas, externas, em dutos ou em condições expostas. De modo geral, os requerimentos para equipamentos destinados a instalações externas são mais rigorosos, como no caso dos testes de resistência para ciclos térmicos.
Por exemplo, cabos de fibra óptica desenvolvidos para instalações em dutos, terminais ou subterrâneas devem ser submetidos a quatro ciclos nos quais sua temperatura é reduzida a -20ºC por 48 horas e subsequentemente elevada a 65ºC por 48 horas, durante os quais o coeficiente de atenuação não pode apresentar uma variação significativa do que é medido na temperatura de 25ºC. Cabos de fibra óptica utilizados em instalações internas devem ser submetidos a um teste similar, porém com variações menores de temperatura, nos quais os ciclos térmicos variam entre 10ºC e 40ºC.
Outros testes que verificam as qualidades físicas dos cabos de fibra óptica incluem a avaliação da resistência a:
- Tração
- Compressão
- Impactos
- Torção de 180º
- Tensão de curvatura
- Flexão
- Vibrações
- Umidade
- Adversidades climáticas
- Chamas
- Oxidação induzida
- Cabos Coaxiais
A categoria de cabos coaxiais, incluindo cabos rígidos, flexíveis e semi-rígidos também devem ser submetidos a testes laboratoriais para verificar sua funcionalidade e qualidade de fabricação. O revestimento desses cabos, por exemplo, deve ser testado especificamente para a medição de sua densidade e verificação da resistência a tração, alongamento e baixas temperaturas. Outros testes de avaliação de resistência e qualidade de fabricação incluem a medição de:
- Uniformidade da curvatura
- Distância entre condutor interno e externo (específica para cada tipo de cabo)
- Resistência a enrolamento e dobramento
- Impedância
- Perda de sinal
- Resistência a corrosão e oxidação induzida
- Estabilidade térmica
- Fios Telefônicos e Cabos de Conexões xDSL
No caso de cabos de telefonia, incluindo aqueles usados para conexões xDSL, alguns dos testes necessários incluem a medição de:
- Resistência elétrica do condutor
Desequilíbrio resistivo - Desequilíbrio capacitivo entre cada par e entre um par e a terra
- Resistência elétrica do material de isolamento
- Resistência a altas voltagens, alongamento, tração e adversidades climáticas
- Atenuação de sinal por 100 metros
Fios telefônicos metálicos, por outro lado, devem ser testados em quesitos que incluem:
- Resistência elétrica máxima dependendo de seu diâmetro e material de fabricação
- Desequilíbrio capacitivo entre cada par e um par e a terra
- Resistência elétrica do material de isolamento
- Atenuação de sinal por 1000 metros, baseado no diâmetro do cabo
- Retardamento de chamas
- Resistência a alongamento e tração
- Cabos de Par Trançado e Cabos de Manobra
Os requerimentos de testes para cabos de fibras trançadas das categorias 3, 5e, 6 e 6A são em sua maioria baseados em padrões regulatórios instituídos por organizações como o American National Standards Institute e a Associação Brasileira de Normas Técninas. Alguns dos parâmetros avaliados nesses testes incluem:
- Mapeamento de fios
- Perda de sinal de retorno
- Interferência cruzada entre cada par
- Diâmetro do condutor
- Resistência a tração e alongamento
- Raio de dobramento
- Resistência elétrica e desequilíbrio de resistência
- Atenuação de sinal em diferentes temperaturas
- Atraso de transmissão
- Absorção de radiação ultravioleta
Cabos de manobra com conectores RJ-45 devem ser submetidos a testes similares, que são relacionados ao mapeamento de fios, interferência cruzada, perda de sinal de retorno e resistência a tensões mecânicas.[:]